O Memorando de Budapeste foi lembrado neste sábado como “forma de garantia ocidental” de proteger a soberania e integridade ucraniana, depois que 2 mil soldados russos atravessaram a fronteira do Mar Negro, segundo informações do jornal Daily Mail. O acordo (que não é um tratado formal, mas um documento diplomático) foi assinado pelos ex-líderes dos EUA, Inglaterra, Rússia e Ucrânia: Bill Clinton, John Major, Boris Yeltsin e Leonid Kuchma, e prevê garantias de soberania e integridade da Ucrânia em troca de um compromisso do país de desistir de suas armas nucleares da era soviética. Tecnicamente, isto significa que, se a Rússia invadir a Ucrânia, se tornaria difícil aos países ocidentais evitarem uma guerra.
O ex-embaixador britânico, Tony Brenton, que ocupou o cargo entre 2004 e 2008, disse ao jornal que uma guerra poderia ser uma opção do ocidente “se for concluído que o Memorando de Budapeste está juridicamente comprometido”.
O atual secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, disse neste sábado que a ação russa é um "potencial grave ameaça" à soberania da Ucrânia, a independência e a integridade territorial. Hague, que deve ir à Kiev no domingo, 2, disse que a Grã-Bretanha apoiou o pedido do governo ucraniano para consultas urgentes ao Memorando de Budapeste..
Hague ainda informou que tinha falado com o presidente em exercício da Ucrânia, Oleksander Turchynov, e mostrou um claro apoio da Grã-Bretanha ao novo governo da Ucrânia. "Eu assegurei o compromisso do Reino Unido para trabalhar com outros parceiros e instituições internacionais para garantir que as reformas da Ucrânia serão acompanhadas internacionalmente, e será dado um apoio econômico", disse Hague.
O secretário britânico afirmou que era necessária uma ação diplomática internacional para resolver a crise.
Na sessão de sexta-feira, a Ucrânia acusou a Rússia de incursões militares ilegais em território ucraniano, enquanto as delegações dos EUA e de países europeus alertavam Moscou a retirar quaisquer novas forças militares empregadas na Ucrânia. A Rússia, porém, disse que qualquer movimento militar por forças russas estava em consonância com seu acordo com Kiev de manter sua base naval lá.
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